Talvez ela tivesse perdido um pouco aquela imensa vontade que tinha de crescer. Fazia inúmeros planos, corria atrás de todas as maneiras possíveis para torná-los mais próximos da realidade, mas talvez ela estivesse esgotada e cansada de ir adiante só aparentemente, e na verdade estar parada, estacionada na mesma esquina desde sempre. Talvez ela não tivesse até então a consciência de que aquilo tudo pouco valia, àquela altura, porque ela era a mesma menina que jogava bola na rua e voltava pra casa só depois do anoitecer, com a cara suja de terra. Talvez seus objetivos e sua postura de mulher-adulta-responsável-e-independente fossem a melhor maneira de esconder que ela só queria ainda ser pequena, ir pra casa tomar um banho pra lavar a terra da face e dormir brincando de descobrir personagens ocultos nas sombras que a noite lhe oferecia como companhia. E sonhar daquele mesmo jeito de quando ainda não sabia nada do mundo, e sua ingenuidade e curiosidade infantis a entregavam a cada dia su...
nada de mais, só a briga com o sono disfarçada de insônia