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Mostrando postagens de dezembro, 2006
Há olhares mornos, doces, tristes, cansados... Que lírica, pura, mansamente... Instigam, provocam, tocam, chamam. Olhares de quem é só. Solitariamente retratado. Olhares cuja luz procura alguma compreensão, alguma cumplicidade, alguns outros olhares que mostrem algo melhor pra se desejar. Há mãos e pele cujo tempo castigou e imprimiu seus sulcos, ainda mais razão pra tais olhares Olhares sós e verdadeiros, doloridos ou esperançosos... Pode haver dor, Pode haver dúvida, Pode haver medo, Mas, ainda há uma busca, Junto a um constante desconforto, há a constante necessidade de criar. Se, assim, houver uma maneira de se fazer ver e compreender o olhar que mantém-se escondido, esta maneira se mostra a forma, a pincelada que dá a luz àqueles olhares. E abre a alma de quem às vezes se perde Mas procura se reencontrar E reencontrar sua tênue estrada Andando e buscando solitariamente através do belo caminho das cores. Escrevi isso pro trabalho de pintura da Carina, uma amiga querida e que tem um
Está tão frio aqui, meu querido... Fique comigo, e eu ficarei bem. nós, escondidos, perdidos no país das maravilhas Abraçados por um perfume doce e pelas cores de nossos desejos. Enquanto nos buscam aqui fora ou não - a quem faríamos falta? Estaríamos pequeninos e protegidos encolhidos, no buraco da fechadura. Falando de segredos e de pequenas confissões, Lembrando as sutis maneiras de buscar um ao outro. Envolvidos nos abraços e nos colos e nos olhos e nas almas ficaríamos, finalmente, sós.
O corpo que foge é finalmente livre, se expande vem da escuridão para a luz com a descoberta de seus próprios invólucros esses, complicado e estranhos rompendo os lacres, dando o próximo passo, um de cada vez, para conhecer a própria alma... Antigo. Outro feito pra uma gravura. Gosto desse.

Mais uma vez...

A cada novo segundo em que apareces Vens com mais força e, como sempre, sem pedir licença nem explicar porque estás aqui Não és bem-vindo, sabes disso E mesmo assim insistes Em entrar e deixar a porta escancarada Pra que tudo que for possível entre ou saia, o que é muito mais provável. Deixar-me vulnerável, isso é o que queres? Se buscas aliar-se a mim, por que tentas me destruir? Esperas que eu te aceite? Te assimile? Te incentive? Te cubra de carinho? Certamente, não é o que terás Não gosto de ti não és bom pra mim. Só o que podes conseguir é me fazer perder o rumo. E eu, definitivamente, já cansei de me concentrar tanto pra permanecer nele, não deveria ser preciso. Por que existes, afinal? Não faria a menor falta.

O pouco que se sabe sabe-se bem... mas nem sempre é permitido saber...

Mini poema visual (sei lá se isso existe), gosto muito de brincar com as palavras no meio dos "bichos". Os bichos foram trabalho de faculdade por um semestre, a partir de borboletas e casulos, mas aos poucos perderam o significado pra mim. Ultimamente, tenho gostado deles de novo, mais pela forma que pelo sentido, é bom poder desenhar com mais liberdade, sem estar preso diretamente a modelos fotográficos/figurativos.
É engraçado pensar que existem certas coisas que, mesmo passada a vida toda, nunca mais vão ser esquecidas. Mesmo que fiquemos caducos, com a memória fraca e com o raciocínio lento, elas estarão sempre frescas na memória. Não sei se engraçado, mas curioso certamente é. Tenho absoluta certeza que nunca vou esquecer das coisas e pessoas que me marcaram por causa do cheiro, porque tenho quase uma obsessão por ele, e essa fixação faz com que eu diretamente ligue um cheiro reconhecido à pessoa que o possui. Não que considere isso ruim, mas por que justamente o olfato? Posso não lembrar do rosto, da voz, de quase nada, mas o cheiro me transporta diretamente pra ocasião em que o senti. Sendo ela boa ou má. E, tanto em uma quanto em outra, é quase como se aquilo estivesse se repetindo. Por mais que muitas vezes a situação não seja das mais agradáveis, essa minha "habilidade" (como poderia chamar isso?) agrada na maioria das vezes, porque a sensação nesse "dèja-vu" (é assim
Há um gato preto prostrado diante de mim um enorme gato preto, de orelhas grandes e olhos amarelos Deveria eu sentir-me intimidada por seu olhar curioso e profundo? Não, certamente não... porque o gato preto enorme das grandes orelhas mantém o amarelo de seus olhos fixos no marrom dos meus não para que meus dias piorem, nem para que eu perca algo, ou mesmo me perca Há carinho em suas pupilas mesmo quando o gato não ronrona, não me toca, nem ao menos aproxima-se há gratidão em sua fala, o miado raro e doce. Há força, e também ingenuidade no pulo brincalhão e no agarrar rápido ao meu vestido. É, o gato preto já pegou no sono a essa hora. E seus sonhos de gato parecem o fazer sorrir. Pro Sofi.
Eu não quero ficar aqui, se você não ficar comigo. Estou ouvindo o ruído da rua e isso não está fazendo as coisas parecerem melhores. Eu já tentei dormir, hoje, e fiz isso por bastante tempo. Mas sinto frio, e minhas costas dóem. Talvez, se você tentar entender meus motivos Minhas pernas deixem de estar paralizadas e eu possa caminhar até o nada... E, finalmente, não fazer você sofrer mais. Mesmo caso do anterior. Sei que deveria postar coisas novas, mas não escrevi nada decente ultimamente.
Bem-vindo ao mundo das pessoas invisíveis... Aqui, você encontrará as melhores coisas: um café quente, e um lugarzinho para dormir quando conseguir esquecer... Nós poderemos deixar as coisas ruins escondidas bem no fundo de uma gaveta que ninguém abre, e sendo invisíveis acredite em mim, nós estaremos felizes. Isso foi escrito pra uma foto do deviantArt. As próximas coisas que vou postar provavelmente também sejam, por um tempo. Assim eu sei a data, ao menos. Esse é de julho de 2006.

O fantasma

Do outro lado da madeira escura da janela Além do vidro trincado e opaco Empoeirado e envolto na escuridão de um noturno desespero Tem alguém que espia Espia aqui dentro, procurando buscando o quê? Quero saber quem é essa figura que me encara de maneira fria Mesmo na quente noite estrelada sem lua e sem senso. Meus olhos não se libertam da inquisição daquele olhar lento e fosco Quem será, que tem olhos tão covardes? E que imita - ou prevê - meus mínimos movimentos o suspiro, a lágrima, o sorriso forçado, o soluço. Quem és, estranho? Que queres aqui? Não queres entrar pra tomar um café? Não responde. Limita-se a acompanhar minhas palavras, seus lábios movem-se junto com os meus. Quem és? Responde, quem és? Vai embora, então. Deixa-me! Sei que deveria conhecer-te, mas não!! Não sei quem és! Voa pra longe, aproveita que podes. Não quero mais saber quem és. Deixa-me só, com minha confortável ignorância.
Jamais encobrir o rosto Nunca esconder os olhos Às vezes ocultar os lábios Hoje amarrar as mãos Jamais incendiar desejos Nunca acender a carne Às vezes aquecer os joelhos Hoje apoiar a face Jamais esquecer os tempos Nunca deixar pra trás os laços Às vezes entregar as chaves Hoje doar segredos Jamais mostrar a pele Nunca expressar vontades Às vezes sentir saudades Hoje chorar de dor Jamais gritar de tristeza Nunca cantar de entusiasmo Às vezes falar do passado Hoje cantar o agora Sempre chamar a si própria Calada diante do espelho. Texto da mesma leva do anterior. Meio angustiado, mas verdadeiro naquele momento.
Auto afirmar-se é uma das coisas mais importantes pra uma pessoa ser feliz, na minha opinião. Descobrir-se e assumir suas próprias características é o primeiro passo para, primeiro, não sentir-se vítima do mundo e das outras pessoas; segundo, não esperar que a solução dos nossos problemas venha dos outros ou caia do céu. Conhecer e reconhecer os defeitos pra que se possa talvez melhorá-los ajuda muito a fazer com que as coisas aconteçam de um jeito melhor, além de fazer com que se perceba que o que nos cerca na maior parte das vezes é reflexo daquilo que somos. Ninguém é feliz se esperar que a felicidade venha só do outro. Fadas madrinhas não existem. De jeito nenhum uma delas vai aparecer no meio de uma nuvem de fumaça e transformar a abóbora que muita gente é em um lindo balão de gás, rebolante, colorido e leve que voa e descansa no céu. Ninguém tem o poder de fazer isso conosco, além de nós mesmos. O segredo de ser ou estar feliz é autoanalisar-se, autoavaliar-se, autocorrigir-se, a
Acabam-se os segredos As inconsciências externas Guardam-se as estrelas As eternas inconstâncias Os verdadeiros e internos espelhos As coisas acontecem, Deixadas acontecer Extremas vaidades Infinitas heresias Importante é o que faz Bem Descobertas inconscientes De mim Dia de ficar só Eu só Experiências bem sucedidas Bem Das escolhas da minha mente De mim à espera de poder ficar só Só Eu só . Textinho bobo escrito há quase um ano atrás. Precisa de retoques, eu sei, mas eu gosto dele. Pra não deixar de atualizar, já que nos últimos dias quase abandonei o blog.