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Mostrando postagens de 2006
Há olhares mornos, doces, tristes, cansados... Que lírica, pura, mansamente... Instigam, provocam, tocam, chamam. Olhares de quem é só. Solitariamente retratado. Olhares cuja luz procura alguma compreensão, alguma cumplicidade, alguns outros olhares que mostrem algo melhor pra se desejar. Há mãos e pele cujo tempo castigou e imprimiu seus sulcos, ainda mais razão pra tais olhares Olhares sós e verdadeiros, doloridos ou esperançosos... Pode haver dor, Pode haver dúvida, Pode haver medo, Mas, ainda há uma busca, Junto a um constante desconforto, há a constante necessidade de criar. Se, assim, houver uma maneira de se fazer ver e compreender o olhar que mantém-se escondido, esta maneira se mostra a forma, a pincelada que dá a luz àqueles olhares. E abre a alma de quem às vezes se perde Mas procura se reencontrar E reencontrar sua tênue estrada Andando e buscando solitariamente através do belo caminho das cores. Escrevi isso pro trabalho de pintura da Carina, uma amiga querida e que tem um
Está tão frio aqui, meu querido... Fique comigo, e eu ficarei bem. nós, escondidos, perdidos no país das maravilhas Abraçados por um perfume doce e pelas cores de nossos desejos. Enquanto nos buscam aqui fora ou não - a quem faríamos falta? Estaríamos pequeninos e protegidos encolhidos, no buraco da fechadura. Falando de segredos e de pequenas confissões, Lembrando as sutis maneiras de buscar um ao outro. Envolvidos nos abraços e nos colos e nos olhos e nas almas ficaríamos, finalmente, sós.
O corpo que foge é finalmente livre, se expande vem da escuridão para a luz com a descoberta de seus próprios invólucros esses, complicado e estranhos rompendo os lacres, dando o próximo passo, um de cada vez, para conhecer a própria alma... Antigo. Outro feito pra uma gravura. Gosto desse.

Mais uma vez...

A cada novo segundo em que apareces Vens com mais força e, como sempre, sem pedir licença nem explicar porque estás aqui Não és bem-vindo, sabes disso E mesmo assim insistes Em entrar e deixar a porta escancarada Pra que tudo que for possível entre ou saia, o que é muito mais provável. Deixar-me vulnerável, isso é o que queres? Se buscas aliar-se a mim, por que tentas me destruir? Esperas que eu te aceite? Te assimile? Te incentive? Te cubra de carinho? Certamente, não é o que terás Não gosto de ti não és bom pra mim. Só o que podes conseguir é me fazer perder o rumo. E eu, definitivamente, já cansei de me concentrar tanto pra permanecer nele, não deveria ser preciso. Por que existes, afinal? Não faria a menor falta.

O pouco que se sabe sabe-se bem... mas nem sempre é permitido saber...

Mini poema visual (sei lá se isso existe), gosto muito de brincar com as palavras no meio dos "bichos". Os bichos foram trabalho de faculdade por um semestre, a partir de borboletas e casulos, mas aos poucos perderam o significado pra mim. Ultimamente, tenho gostado deles de novo, mais pela forma que pelo sentido, é bom poder desenhar com mais liberdade, sem estar preso diretamente a modelos fotográficos/figurativos.
É engraçado pensar que existem certas coisas que, mesmo passada a vida toda, nunca mais vão ser esquecidas. Mesmo que fiquemos caducos, com a memória fraca e com o raciocínio lento, elas estarão sempre frescas na memória. Não sei se engraçado, mas curioso certamente é. Tenho absoluta certeza que nunca vou esquecer das coisas e pessoas que me marcaram por causa do cheiro, porque tenho quase uma obsessão por ele, e essa fixação faz com que eu diretamente ligue um cheiro reconhecido à pessoa que o possui. Não que considere isso ruim, mas por que justamente o olfato? Posso não lembrar do rosto, da voz, de quase nada, mas o cheiro me transporta diretamente pra ocasião em que o senti. Sendo ela boa ou má. E, tanto em uma quanto em outra, é quase como se aquilo estivesse se repetindo. Por mais que muitas vezes a situação não seja das mais agradáveis, essa minha "habilidade" (como poderia chamar isso?) agrada na maioria das vezes, porque a sensação nesse "dèja-vu" (é assim
Há um gato preto prostrado diante de mim um enorme gato preto, de orelhas grandes e olhos amarelos Deveria eu sentir-me intimidada por seu olhar curioso e profundo? Não, certamente não... porque o gato preto enorme das grandes orelhas mantém o amarelo de seus olhos fixos no marrom dos meus não para que meus dias piorem, nem para que eu perca algo, ou mesmo me perca Há carinho em suas pupilas mesmo quando o gato não ronrona, não me toca, nem ao menos aproxima-se há gratidão em sua fala, o miado raro e doce. Há força, e também ingenuidade no pulo brincalhão e no agarrar rápido ao meu vestido. É, o gato preto já pegou no sono a essa hora. E seus sonhos de gato parecem o fazer sorrir. Pro Sofi.
Eu não quero ficar aqui, se você não ficar comigo. Estou ouvindo o ruído da rua e isso não está fazendo as coisas parecerem melhores. Eu já tentei dormir, hoje, e fiz isso por bastante tempo. Mas sinto frio, e minhas costas dóem. Talvez, se você tentar entender meus motivos Minhas pernas deixem de estar paralizadas e eu possa caminhar até o nada... E, finalmente, não fazer você sofrer mais. Mesmo caso do anterior. Sei que deveria postar coisas novas, mas não escrevi nada decente ultimamente.
Bem-vindo ao mundo das pessoas invisíveis... Aqui, você encontrará as melhores coisas: um café quente, e um lugarzinho para dormir quando conseguir esquecer... Nós poderemos deixar as coisas ruins escondidas bem no fundo de uma gaveta que ninguém abre, e sendo invisíveis acredite em mim, nós estaremos felizes. Isso foi escrito pra uma foto do deviantArt. As próximas coisas que vou postar provavelmente também sejam, por um tempo. Assim eu sei a data, ao menos. Esse é de julho de 2006.

O fantasma

Do outro lado da madeira escura da janela Além do vidro trincado e opaco Empoeirado e envolto na escuridão de um noturno desespero Tem alguém que espia Espia aqui dentro, procurando buscando o quê? Quero saber quem é essa figura que me encara de maneira fria Mesmo na quente noite estrelada sem lua e sem senso. Meus olhos não se libertam da inquisição daquele olhar lento e fosco Quem será, que tem olhos tão covardes? E que imita - ou prevê - meus mínimos movimentos o suspiro, a lágrima, o sorriso forçado, o soluço. Quem és, estranho? Que queres aqui? Não queres entrar pra tomar um café? Não responde. Limita-se a acompanhar minhas palavras, seus lábios movem-se junto com os meus. Quem és? Responde, quem és? Vai embora, então. Deixa-me! Sei que deveria conhecer-te, mas não!! Não sei quem és! Voa pra longe, aproveita que podes. Não quero mais saber quem és. Deixa-me só, com minha confortável ignorância.
Jamais encobrir o rosto Nunca esconder os olhos Às vezes ocultar os lábios Hoje amarrar as mãos Jamais incendiar desejos Nunca acender a carne Às vezes aquecer os joelhos Hoje apoiar a face Jamais esquecer os tempos Nunca deixar pra trás os laços Às vezes entregar as chaves Hoje doar segredos Jamais mostrar a pele Nunca expressar vontades Às vezes sentir saudades Hoje chorar de dor Jamais gritar de tristeza Nunca cantar de entusiasmo Às vezes falar do passado Hoje cantar o agora Sempre chamar a si própria Calada diante do espelho. Texto da mesma leva do anterior. Meio angustiado, mas verdadeiro naquele momento.
Auto afirmar-se é uma das coisas mais importantes pra uma pessoa ser feliz, na minha opinião. Descobrir-se e assumir suas próprias características é o primeiro passo para, primeiro, não sentir-se vítima do mundo e das outras pessoas; segundo, não esperar que a solução dos nossos problemas venha dos outros ou caia do céu. Conhecer e reconhecer os defeitos pra que se possa talvez melhorá-los ajuda muito a fazer com que as coisas aconteçam de um jeito melhor, além de fazer com que se perceba que o que nos cerca na maior parte das vezes é reflexo daquilo que somos. Ninguém é feliz se esperar que a felicidade venha só do outro. Fadas madrinhas não existem. De jeito nenhum uma delas vai aparecer no meio de uma nuvem de fumaça e transformar a abóbora que muita gente é em um lindo balão de gás, rebolante, colorido e leve que voa e descansa no céu. Ninguém tem o poder de fazer isso conosco, além de nós mesmos. O segredo de ser ou estar feliz é autoanalisar-se, autoavaliar-se, autocorrigir-se, a
Acabam-se os segredos As inconsciências externas Guardam-se as estrelas As eternas inconstâncias Os verdadeiros e internos espelhos As coisas acontecem, Deixadas acontecer Extremas vaidades Infinitas heresias Importante é o que faz Bem Descobertas inconscientes De mim Dia de ficar só Eu só Experiências bem sucedidas Bem Das escolhas da minha mente De mim à espera de poder ficar só Só Eu só . Textinho bobo escrito há quase um ano atrás. Precisa de retoques, eu sei, mas eu gosto dele. Pra não deixar de atualizar, já que nos últimos dias quase abandonei o blog.
O tempo não fica parado o tempo não espera estarmos prontos pro próximo segundo o tempo é ansioso, é urgente, e a cada suspiro de angústia que o vendaval provoca o tempo insiste, persiste, descobre e expõe as frestas as falhas os sulcos as rugas as sinceras e insuportáveis razões de cada ser. O tempo é honesto, é remédio, é infinito, é culpado. Das muitas vezes que deixamos pra amanhã o que não faremos nunca mais. Mas o tempo não pára, nem passa rápida ou lentamente. Ele passa exatamente inversamente à medida de nossa maior saudade. Desenho do Paulo. Que eu adoro (ambos).
Existe coisa mais gostosa do que ouvir o ron-ron do bichano atirado no colo? Além de fofinho, quentinho e cheiroso, ainda vem com um motorzinho simpático pra fazer a gente se sentir importante...
As coisas que lembro do pouco tempo que pude ver tão de perto são poucas e pequenas coisas que valem por várias, por muitas coisas imensas. A graça desse pouco tão valioso é que, mesmo pouco poucas coisas foram tão puras e pouco mais que isso já seria na verdade pura e verdadeiramente vivo. Outro daqueles, em que a sonoridade me agrada muito mais que todo o resto.
O que há, enfim? São tantos os pontos, as armas, os invólucros. Tantas camadas a desconstruir até chegar ao verdadeiro caráter. É difícil descobrir a verdade, e esquecer o caso em que viver acontece por acaso, o caso em que o acaso, tanto quanto o bem, é sempre mais difícil. Fazer de conta, pra que tudo acabe bem? Tua face se expressa, teu calor retorna aos dedos, tua voz se faz ouvir. Enfim, já é hora de escolher.... O dia começou nublado, e termina com uma cor incomum. É isso, então? Texto do semestre passado, feito pra essa xilo. Pra não deixar de atualizar o blog.

Saudades...

Ah, se eu descubro quem inventou a saudade. Como se explica esse querer estar perto tão ansioso e dolorido? Por que tanta necessidade da presença de alguém, se há outros tantos alguéns aqui, perto, ao alcance da mão? Saudade é... Clarice Lispector "Saudade é um pouco de fome. Só passa quando se come a presença. Mas as vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: Quer-se absorver a outra pessoa toda Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida." A princípio, eu ia escrever algo pra essa imagem linda que tá aí do lado (que o Paulo fez pra mim). Mas, como não saiu nada que preste dessa cabecinha, e a própria imagem se chamar "Saudade", e remeter a isso mesmo, acho que fica adequado ela aí, perto do que escrevi quando estava (e ainda estou) morrendo de saudades justamente dele.
O cão, um cãozinho E uns balões coloridos e redondos Cheios de ar E que sobem Sobem... E levam a coleira do cão e o cão! Que susto, cão Au, au! Ué... ... Ei! lá embaixo, é o chão? Poeminha feliz feito pra essa imagem foooofa, do Paulus (te gosto). É uma idéia, tá bem bobinho ainda. Talvez mude, talvez não. Vamos ver. Ele (o cão) tá igual a mim ultimamente: perdendo o chão de vez em quando.

Hoje já é o dia De correr ao encontro Do que falta afinal Importante ou não, é o dia de não cansar, De não jogar De abrir os olhos Observar os insetos Ver o casulo se romper Parar e, calmamente... Rasgar a bandagem Arrancar a mordaça E estremecer aos poucos Até ficar nua... . . Coisa antiiiiga. Não, nem tão antiga assim. Mas não sei quando escrevi, então deve fazer um tempo razoável. Tatuagem nova!!!!!! Nas costas, subindo pela coluna a partir do cóccix. Bah, perto do osso dóóóóói... O dia foi cheio, vou pro berço.
"...minha intenção neste texto é mostrar que a tarefa do ensinante, que é também aprendiz, sendo prazerosa é igualmente exigente. Exigente de seriedade, de preparo científico, de preparo físico, emocional, afetivo. É uma tarefa que requer de quem com ela se compromete um gosto especial de querer bem não só aos outros mas o próprio processo que ela implica. É impossível ensinar sem essa coragem de querer bem, sem a valentia dos que insistem mil vezes antes de uma desistência. é impossível ensinar sem a capacidade forjada, inventada, bem cuidada de amar (...) é preciso ousar, no sentido pleno desta palavra, para falar de amor sem temer ser chamado de piegas, de meloso, de acientífico, senão de anticientífico. É preciso ousar para dizer, cientificamente e não bla-bla-blamente, que estudamos, aprendemos, ensinamos, conhecemos com o nosso corpo inteiro. Com os sentimentos, com as emoções, com os desejos, com os medos, com as dúvidas, com a paixão e também com a razão críti

Falso poema

Ponto final, feito forma. Face fria, falso pudor, perseguição, farejam-se feridas fermentam-se paixões. Pouco falta: falha febril, fato patético, fútil felicidade, febre parcial. Por pouco fico paralizada E perco o fio E fica a porção fantoche E persiste a pobre falácia. Foi. Pronto. Ponto. Fim. Não ia postar nada hoje, mas vou tentar manter o blog bonitinho e atualizado o máximo possível. Então, um texto feito mais pela sonoridade do que pelo significado (apesar de ter um significado pra mim). Pouco? Ah, fui.
Você não sabe Nenhum de nós pretende ver As cortinas estão, mais uma vez, escancaradas pelo vento E quem se importa? Ou eu ou você estamos um tanto equivocados. As poucas coisas que parecem funcionar já não funcionam mais E bem pouco resta, a menos que eu descubra a quem o vento está perturbando Os pontos de luz só distraem a minha atenção Eu não me importo, você se importa? Esqueça, nada mais convém a essa hora da manhã Não insista, não é importante Só existe porque o vento insiste em entrar pela janela ou por baixo da porta E descortina a nudez, a ânsia e o desfalecer da carne Perdoe-me, eu o machuquei. É que fico tão forte quando amo.
Bem, bem... Blog novo, vida nova... quem dera. Jura, como se eu já tivesse tido um blog que tenha sido atualizado por mais de uma semana nessa vida. Na verdade mesmo mesmo, nem vejo muita graça no que eu escrevo, mas é bom poder registrar algumas poucas coisas que parecem valer a pena às vezes. Espero sinceramente que esse sobreviva por mais tempo que os outros poucos, já que escrever me parece tão bom ultimamente. Tá chovendo em Santa Maria. Chovendo desde ontem, e meus pés estão gelados e molhados. Eu sei, eu sei: "Vai te secar, guria!". Mas tô no trabalho e, no momento, nada me resta além de lamentar. Coitadinha de mim hahahahaha. Imagina. Tá chovendo mas não tá frio, e isso já me deixa bem feliz... Parece que a chuva traz algumas coisas a mais pra se perceber quando se está assim como eu, sentada na frente do pc, olhando pela janela e só esperando pra avisar o fim do tempo do próximo cliente da lan e ah, claro, escrevendo em um blog recém nascido. A textura do asfalto fic