Inspirando nuvens,
Expirando chuva,
Transpirando neve.
Com as ideias e as mãos quase vazias.
Só restam uns poucos grãos
Do que um dia eu quis ser
São grãos de uma especiaria cujo perfume e sabor
não abandonam meu olfato e paladar.
Não sei como se chama,
mas não desaparece assim tão fácilmente.
Tenho tentado escrever
contos, crónicas, novelas
especialmente músicas.
Musicar poemas velhos,
expurgos, palavras brotadas, vomitadas, perdidas
dedicadas
delicadas e grosseiras.
E velhas,
mas minhas,
saídas dos sótãos e porões
e pés de escada.
Odradeks idosos.
Insistentes e incovenientes.
As vezes eu penso que seria melhor não ter passado
Ser eu, hoje, só
Só de pensar nas tantas coisas que iniciei e não segui adiante,
da vontade de não ter sido coisa nenhuma
assim não teria tantas "se eu fosse"
Assim haveria ignorância, mas sossego.
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