às vezes tenho muito pra falar,
e nada acontece.
mantenho-me calada,
o verbo volta da garganta,
transforma-se em formigas no estômago.
às vezes tenho o mundo a andar,
e nada acontece.
mantenho-me imóvel,
o peso do corpo deixa os pés,
sento, repouso, esqueço.
às vezes tenho dezenas de cartas,
emails, bilhetes, recados,
que quero escrever, mas
ao invés disso,
nada acontece.
mantenho-me muda,
as tentativas transformam-se em rabiscos,
desenhos infantis e cheios de espirais,
ou, repetidamente,
palavras soltas que só eu sei o que significam.
às vezes, tenho tudo a fazer,
e nada acontece.
medrosa, preguiçosa,
mantenho-me ali,
no mesmo lugar de antes.
paro, estaciono,
até que não saiba mais onde ir.
ou, que não haja mais tempo,
e tudo é feito da forma mais rápida
e que não me satisfaz.
Desde há algum tempo,
a procrastinação me é um sério problema.
e nada acontece.
mantenho-me calada,
o verbo volta da garganta,
transforma-se em formigas no estômago.
às vezes tenho o mundo a andar,
e nada acontece.
mantenho-me imóvel,
o peso do corpo deixa os pés,
sento, repouso, esqueço.
às vezes tenho dezenas de cartas,
emails, bilhetes, recados,
que quero escrever, mas
ao invés disso,
nada acontece.
mantenho-me muda,
as tentativas transformam-se em rabiscos,
desenhos infantis e cheios de espirais,
ou, repetidamente,
palavras soltas que só eu sei o que significam.
às vezes, tenho tudo a fazer,
e nada acontece.
medrosa, preguiçosa,
mantenho-me ali,
no mesmo lugar de antes.
paro, estaciono,
até que não saiba mais onde ir.
ou, que não haja mais tempo,
e tudo é feito da forma mais rápida
e que não me satisfaz.
Desde há algum tempo,
a procrastinação me é um sério problema.
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