A felina espia pelo vidro canelado da janela. O dia úmido e preguiçoso lá fora - e aqui dentro - não a permite dar um passeio de gato, com buracos cavados, troncos de árvores e tudo mais. Os olhos e as orelhas atentos ao mundo verde do pátio, os pensamentos na vontade de colocar os pés na terra.
Em silêncio, a felina somente observa - somente. Do jeito sereno que felinos conseguem observar, mantém seus olhos amarelos e as pupilas - linhas negras - na imagem difusa de lá fora.
E eu, fechada também na interior de um cubo com janelas. À espera de que algo aconteça, deixando as coisas acontecerem. E o tempo, que passa - do mesmo jeito de sempre, sem perceber - traz a chuva, o escuro, e o sono.
E amanhã é mais um dia. Mas, talvez, dessa vez, o sol permita à felina um passeio pela terra fofa do pátio.
Quanto a mim, ainda não sei.
Em silêncio, a felina somente observa - somente. Do jeito sereno que felinos conseguem observar, mantém seus olhos amarelos e as pupilas - linhas negras - na imagem difusa de lá fora.
E eu, fechada também na interior de um cubo com janelas. À espera de que algo aconteça, deixando as coisas acontecerem. E o tempo, que passa - do mesmo jeito de sempre, sem perceber - traz a chuva, o escuro, e o sono.
E amanhã é mais um dia. Mas, talvez, dessa vez, o sol permita à felina um passeio pela terra fofa do pátio.
Quanto a mim, ainda não sei.
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