Pular para o conteúdo principal

Pan-tone

Todas as cores são iguais.
E as nuances não são grande coisa.
O que definia já não há mais.
Quem é o mocinho, que é o vilão?
Descubro meus erros ocultos nos teus.
E abro meus olhos, a essa altura já secos.
É pena, não deu tempo, adeus!
É hora de ir, o tempo é tão curto.
Os bares todos já estão fechados,
não há mais onde beber.
E os meus remorsos foram atropelados.
Não tenho mais nada a lhe dizer:
silêncio é o que resta.
E um céu nublado.
Fuja da chuva, mantenha-se mudo.
Mantenha-se calado.
E, quando a luz começar a surgir
um novo dia, pode, talvez, nos redimir.
Não durma, siga em frente.
Há um longo dia pra viver, ainda.
Siga, sem parar pra pensar
porque, o que resta,
geralmente é nada.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Balada de Agosto Lá fora a chuva desaba e aqui no meu rosto Cinzas de agosto e na mesa o vinho derramado Tanto orgulho que não meço O remorso das palavras Que não digo Mesmo na luz não há quem possa Se esconder do escuro Duro caminho o vento a voz da tempestade No filme ou na novela É o disfarce que revela o bandido Meu coração vive cheio de amor e deserto Perto de ti dança a minha alma desarmada Nada peço ao sol que brilha Se o mar é uma armadilha Nos teus olhos (Zeca Baleiro)
Professar, profetar, procurar Pouco a pouco adentrar Pequeno, grande, infinito particular Muitas mentes, muitas vidas Muita alma pra explorar. Ser, viver, humanizar. Ser brincante, ensinante E aprendente no flutuar.

Elurofilia

O gato é uma lição Já viu gato amestrado, de chapeuzinho ridículo, obedecendo às ordens de um pilantra que vive às custas dele? Não! Até o bondoso elefante veste saiote e dança a valsa no circo. O leal cachorro no fundo compreende as agruras do dono e faz a gentileza de ganhar a vida por ele. O leão e o tigre se amesquinham na jaula. Gato não. Ele só aceita uma relação de independência e afeto. E como não cede ao homem, mesmo quando dele depende, é chamado de arrogante, egoísta, safado, espertalhão ou falso. "Falso", porque não aceita a nossa falsidade com ele e só admite afeto com troca e respeito pela sua individualidade. O gato não gosta de alguém porque precisa gostar para se sentir melhor. Ele gosta pelo amor que lhe é próprio, que é dele e ele o dá se quiser. Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não entende o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se rela