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Sai

Desliga
Essa TV e vem me ver
Desiste
do ócio, da massa, e da novela chata
que tanta gente insiste em ver.
Sai pra rua agora
e olha ao teu redor.
As pessoas por mais piegas
e bobas que pareçam
são melhor.
Melhor
que pontinhos coloridos.
Formando objetos intocáveis,
frígidos,
abstratos.
Anda, corre,
sente o cheiro da cidade.
Coloca os pés na grama terra areia
ou no mar.
Colhe conchas,
caramujos,
folhas secas,
sorrisos e olás.
Assiste ao entardecer,
aos passeios
e ao luar.
Então apaga essa tela,
todas elas, vem me ver.
Ficar de portas fechadas
janelas fechadas,
mãos fechadas.
Há muito a perder.
O vento, o cheiro do café no fim da tarde.
Sai pra rua, não deixa de existir.
No toque, na voz,
na realidade.

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Tu

Teu sorriso aberto é ninho Abraço largo de pousar. Leito ombro peito Olho atento brilho morno no mirar. Cada passo, cada traço Ler teus braços. Navegar.
Professar, profetar, procurar Pouco a pouco adentrar Pequeno, grande, infinito particular Muitas mentes, muitas vidas Muita alma pra explorar. Ser, viver, humanizar. Ser brincante, ensinante E aprendente no flutuar.
Um castelo de areia é construído com muito esforço, às vezes um vento, a água, ou algum desavisado atrapalha, faz voltar atrás,  e a gente refaz, com calma e carinho, e quando parece que enfim ele está firme, bem construído, apesar de alguns detalhes imperfeitos, aí vem a chuva forte.