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Há olhares mornos,
doces,
tristes,
cansados...
Que lírica, pura, mansamente...
Instigam,
provocam,
tocam,
chamam.
Olhares de quem é só.
Solitariamente retratado.
Olhares cuja luz
procura alguma compreensão,
alguma cumplicidade,
alguns outros olhares
que mostrem algo melhor pra se desejar.
Há mãos e pele
cujo tempo castigou e imprimiu seus sulcos,
ainda mais razão pra tais olhares
Olhares sós e verdadeiros,
doloridos ou esperançosos...
Pode haver dor,
Pode haver dúvida,
Pode haver medo,
Mas, ainda há uma busca,
Junto a um constante desconforto,
há a constante necessidade de criar.
Se, assim, houver uma maneira
de se fazer ver e compreender
o olhar que mantém-se escondido,
esta maneira se mostra a forma,
a pincelada que dá a luz àqueles olhares.
E abre a alma de quem às vezes se perde
Mas procura se reencontrar
E reencontrar sua tênue estrada
Andando e buscando solitariamente
através do belo caminho das cores.



Escrevi isso pro trabalho de pintura da Carina, uma amiga querida e que tem um trabalho muito bom. Assim que tiver uma imagem, posto aqui.

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Tu

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Professar, profetar, procurar Pouco a pouco adentrar Pequeno, grande, infinito particular Muitas mentes, muitas vidas Muita alma pra explorar. Ser, viver, humanizar. Ser brincante, ensinante E aprendente no flutuar.
Um castelo de areia é construído com muito esforço, às vezes um vento, a água, ou algum desavisado atrapalha, faz voltar atrás,  e a gente refaz, com calma e carinho, e quando parece que enfim ele está firme, bem construído, apesar de alguns detalhes imperfeitos, aí vem a chuva forte.