Pular para o conteúdo principal
Auto afirmar-se é uma das coisas mais importantes pra uma pessoa ser feliz, na minha opinião. Descobrir-se e assumir suas próprias características é o primeiro passo para, primeiro, não sentir-se vítima do mundo e das outras pessoas; segundo, não esperar que a solução dos nossos problemas venha dos outros ou caia do céu. Conhecer e reconhecer os defeitos pra que se possa talvez melhorá-los ajuda muito a fazer com que as coisas aconteçam de um jeito melhor, além de fazer com que se perceba que o que nos cerca na maior parte das vezes é reflexo daquilo que somos. Ninguém é feliz se esperar que a felicidade venha só do outro. Fadas madrinhas não existem. De jeito nenhum uma delas vai aparecer no meio de uma nuvem de fumaça e transformar a abóbora que muita gente é em um lindo balão de gás, rebolante, colorido e leve que voa e descansa no céu. Ninguém tem o poder de fazer isso conosco, além de nós mesmos.
O segredo de ser ou estar feliz é autoanalisar-se, autoavaliar-se, autocorrigir-se, automelhorar-se. Cuidadosa e constantemente.


Até parece que eu sou a pessoa mais indicada pra falar sobre isso. Mas penso que é assim, e pronto.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Elurofilia

O gato é uma lição Já viu gato amestrado, de chapeuzinho ridículo, obedecendo às ordens de um pilantra que vive às custas dele? Não! Até o bondoso elefante veste saiote e dança a valsa no circo. O leal cachorro no fundo compreende as agruras do dono e faz a gentileza de ganhar a vida por ele. O leão e o tigre se amesquinham na jaula. Gato não. Ele só aceita uma relação de independência e afeto. E como não cede ao homem, mesmo quando dele depende, é chamado de arrogante, egoísta, safado, espertalhão ou falso. "Falso", porque não aceita a nossa falsidade com ele e só admite afeto com troca e respeito pela sua individualidade. O gato não gosta de alguém porque precisa gostar para se sentir melhor. Ele gosta pelo amor que lhe é próprio, que é dele e ele o dá se quiser. Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não entende o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se rela...
Quero deixar meu coração no fundo de um rio. De um rio bem fundo. Esquecê-lo afundado, indefinidamente... Até que os peixes, vigorosamente, o devorem.
O gato e o escuro Mia Couto Vejam, meus filhos, o gatinho preto, sentado no cimo desta história.    Pois ele nem sempre foi dessa cor. Conta a mãe dele que, antes, tinha sido amarelo, às malhas e às pintas. Todos lhe chamavam o Pintalgato. Diz-se que ficou desta aparência, em totalidade negra, por motivo de um susto.    Vou aqui contar como aconteceu essa trespassagem de claro para escuro. O caso, vos digo, não é nada claro. Aconteceu assim: o gatinho gostava de passear-se nessa linha onde o dia faz fronteira com a noite. Faz de conta o pôr do Sol fosse um muro. Faz mais de conta ainda os pés felpudos pisassem o poente. A mãe se afligia e pedia: - Nunca atravesse a luz para o lado de lá. Essa era a aflição dela, que o seu menino passasse além do pôr de algum Sol. O filho dizia que sim, acenava consentindo. Mas fingia obediência. Porque o Pintalgato chegava ao poente e espreitava o lado de lá. Namoriscando o proibido, seus olhos pirilampiscavam. Ce...