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Bem, bem...
Blog novo, vida nova... quem dera. Jura, como se eu já tivesse tido um blog que tenha sido atualizado por mais de uma semana nessa vida. Na verdade mesmo mesmo, nem vejo muita graça no que eu escrevo, mas é bom poder registrar algumas poucas coisas que parecem valer a pena às vezes. Espero sinceramente que esse sobreviva por mais tempo que os outros poucos, já que escrever me parece tão bom ultimamente.



Tá chovendo em Santa Maria. Chovendo desde ontem, e meus pés estão gelados e molhados. Eu sei, eu sei: "Vai te secar, guria!". Mas tô no trabalho e, no momento, nada me resta além de lamentar. Coitadinha de mim hahahahaha. Imagina. Tá chovendo mas não tá frio, e isso já me deixa bem feliz... Parece que a chuva traz algumas coisas a mais pra se perceber quando se está assim como eu, sentada na frente do pc, olhando pela janela e só esperando pra avisar o fim do tempo do próximo cliente da lan e ah, claro, escrevendo em um blog recém nascido. A textura do asfalto fica tão mais bonita com chuva, fora que o som do trânsito muda também. Fica parecido com o sshhh que o rolo de impressão da xilo faz na hora de entintar a matriz (ai, saudade - quero voltar a fazer isso o mais cedo possível), acho que é por isso que me agrada tanto. Esses pequenos prazeres fazem essas horas ter bem mais graça, é muito bom perceber beleza em coisas aparentemente tão insignificantes. A partir da chuva outras coisas parecem mais agradáveis aos olhos: as luzes vistas através de um vidro molhado e respingado são bem mais interessantes. Cheiro de chuva (sim, chuva tem cheiro, ao menos pra mim) é muito bom. Pois é, eu gosto da chuva. Reclamo da chuva, mas acho que é costume. Coisa de quem tá sem assunto. E provavelmente é por isso mesmo que abomino guarda-chuvas. Uso guarda-chuva (de vez em quando) só porque sei que gripe incomoda mais do que carregar esse acessório chato. Útil, mas chato. Só que não mais chato do que pessoas que o usam em situações desnecessárias. Vai me dizer que gente andando de guarda-chuva embaixo de marquise não é das coisas mais antepáticas que existe? Então, embora carregue esse chatinho apêndice cheio de barbatanas e que o vento estraga facinho, o abro somente em último caso. Ah, a chuva gelada no rosto faz sentir a pele tão viva. Assim como a dor, o frio, a fome, a sede, a excitação, me fazem perceber a vivacidade e a verdade de cada célula do corpo. Que a chuva continue molhando meu rosto e bagunçando bem bagunçado os meus cabelos sim, sempre que eu não estiver embaixo da marquise.

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