tag:blogger.com,1999:blog-376590092024-03-07T22:02:31.549-03:00As poucas coisas...nada de mais, só a briga com o sono disfarçada de insôniaAtaisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.comBlogger118125tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-5768005788365869572019-07-30T14:53:00.000-03:002019-07-30T16:30:17.372-03:00Professar, profetar, procurar<br />
Pouco a pouco adentrar<br />
Pequeno, grande,<br />
infinito particular<br />
Muitas mentes, muitas vidas<br />
Muita alma pra explorar.<br />
Ser, viver, humanizar.<br />
Ser brincante, ensinante<br />
E aprendente no flutuar.<br />
<br />
<br />
<br />Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-48886587870942553372019-07-30T14:19:00.002-03:002019-07-30T14:24:38.247-03:00TuTeu sorriso aberto é ninho<br />
Abraço largo de pousar.<br />
Leito ombro peito<br />
Olho atento brilho morno no mirar.<br />
Cada passo, cada traço<br />
Ler teus braços.<br />
Navegar.<br />
<br />
<br />
<br />Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-59186597271442495162019-07-11T06:30:00.000-03:002019-07-11T06:30:08.872-03:0006:05Trocados no bolso.<br />
Catraca.<br />
Lá fora, ainda o escuro.<br />
Frio. Mas nem tanto, dessa vez.<br />
Pelo vidro embaçado, ver o dia nascer.<br />
Os olhos espiam a cada pausa.<br />
Vai demorar.<br />
<br />
<br />
<br />Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-55728805491972235392019-07-10T17:35:00.001-03:002019-07-11T07:37:36.142-03:00ColetivoPassa árvore, passa casa, passa gente.<br />
"Espera, moço, eu vou descer."<br />
Em pé, o peso do dia no ombro.<br />
Equilibrar-se,<br />
De corpo, nas pernas.<br />
De espírito, na espera.<br />
Exercício de paciência<br />
de ceder o espaço pro outro.<br />
A gente já, já chega.<br />
Pra abraço e cheiro de suor de cabelos infantis.<br />
Pra risos de novidades e uma caneca de café quente.<br />
<br />
<br />Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-48348752203232897972019-07-10T11:19:00.002-03:002019-07-10T11:24:19.322-03:00E a missão? Cadê?Há uns dois meses, mudei de trabalho. Por conta de um concurso feito há algum tempo, tomei posse em um novo cargo. E, pra variar, não cheguei a completar nem dois anos no trabalho anterior. Parece que sou aventureira e desapegada? Não sei, mas se parecer, não é bem assim que as coisas funcionam. Não consigo pertencer a lugar algum há um bom tempo já. Quando me afinizo, me aninho, me familiarizo, vou embora, e começa tudo de novo.<br />
<br />
E é tudo novo, dessa vez: Pessoas, local, função, atribuições. Não sei qual é minha missão nesse espaço ainda. Antes, como professora, mesmo que mudasse de escola, de colegas, de alunos, tinha muito clara a minha tarefa de construir, transformar, sensibilizar pessoas e realidades. Agora, em uma função administrativa, corporativa, não consigo encontrar sentido em preencher formulários, expedir documentos, conferir dados. Em meio a burocracias, como se considerar relevante? Como pensar que estou fazendo diferença no mundo? Tenho sentido que sou só mais uma, com uma função que pode ser feita por qualquer um, que meu caminho, minhas vivências, meu jeito de ser não significam nada. Preciso encontrar um sentido.<br />
<br />
Posso, talvez, deixar de lado as causas coletivas e altruístas que permeavam minha prática como docente, e passar a pensar mais em mim? No meu crescimento individual? Ser um pouco mais "egoísta" talvez? Pensar em uma meta pra daqui a mais tempo? Aprimorar-me, buscar formação, crescimento individual? Parece não fazer sentido viver só pra mim e para os meus ainda.Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-70565875120644132622019-07-10T10:40:00.001-03:002019-07-10T10:40:45.926-03:00Diário de inquietaçõesA partir de hoje, essa página será como um diário das minhas inquietações. Escondidinha assim do mundo, mesmo que paradoxalmente exposta, nessa tela colocarei o que me aflige, o que me alegra, o que me intriga, o que me motiva - a parar, a seguir, a chorar, a rir. Poesias? Talvez. Crônicas? Dificilmente. Palavras soltas? Provavelmente.Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-23229974026614265332011-05-20T12:36:00.001-03:002011-05-20T12:36:36.707-03:00Um castelo de areia é construído com muito esforço, às vezes um vento, a água, ou algum desavisado atrapalha, faz voltar atrás, e a gente refaz, com calma e carinho, e quando parece que enfim ele está firme, bem construído, apesar de alguns detalhes imperfeitos, aí vem a chuva forte.Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-26582610202961534142011-05-18T13:48:00.000-03:002011-05-18T13:48:41.596-03:00Pra onde vão todos os nossos planos abandonados, objetos perdidos, promessas equivocadas, vontades acovardadas?Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-26759473634160463022011-03-05T02:21:00.000-03:002011-03-05T02:21:35.743-03:00Só a esperaSó pra variar, insone.<br />
Por perto, música e ronco.Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-25773198652437220902010-11-06T19:34:00.000-02:002010-11-06T19:34:31.119-02:00<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><strong><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">O gato e o escuro</span></strong><br />
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mia Couto</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Vejam, meus filhos, o gatinho preto, sentado no cimo desta história. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pois ele nem sempre foi dessa cor. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Conta a mãe dele que, antes, tinha sido amarelo, às malhas e às pintas. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Todos lhe chamavam o Pintalgato. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Diz-se que ficou desta aparência, em totalidade negra, por motivo de um susto. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Vou aqui contar como aconteceu essa trespassagem de claro para escuro. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O caso, vos digo, não é nada claro. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Aconteceu assim: </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">o gatinho gostava de passear-se nessa linha onde o dia faz fronteira com a noite. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Faz de conta o pôr do Sol fosse um muro. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Faz mais de conta ainda os pés felpudos pisassem o poente.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A mãe se afligia e pedia: </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Nunca atravesse a luz para o lado de lá. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Essa era a aflição dela, que o seu menino passasse além do pôr de algum Sol. O filho dizia que sim, acenava consentindo.</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas fingia obediência. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Porque o Pintalgato chegava ao poente e espreitava o lado de lá. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Namoriscando o proibido, seus olhos pirilampiscavam. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Certa vez, inspirou coragem e passou uma perna para o lado de lá, onde a noite se enrosca a dormir. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Foi ganhando mais confiança e, de cada vez, se adentrou um bocadinho. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Até que a metade completa dele já passara a fronteira, para além do limite.</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quando regressava de sua desobediência, olhou as patas dianteiras e se assustou.</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Estavam pretas, mais que breu. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Escondeu-se num canto, mais enrolado que o pangolim.</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não queria ser visto em flagrante escuridão. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mesmo assim, no dia seguinte, ele insistiu na brincadeira. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E passou mesmo todo inteiro para o lado de além da claridade. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">À medida que avançava seu coração tiquetaqueava. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Temia o castigo. Fechou os olhos e andou assim, sobrancelhado, noite adentro. Andou, andou, atravessando a imensa noitidão. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Só quando desaguou na outra margem do tempo ele ousou despersianar os olhos. Olhou o corpo e viu que já nem a si se via. Que aconteceu? Virara cego? </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Por que razão o mundo se embrulhava num pano preto? </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Chorou. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Chorou. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E chorou. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pensava que nunca mais regressaria ao seu original formato. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Foi então que ouviu uma voz dizendo: </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Não chore, gatinho. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Quem é? </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Sou eu, o escuro. Eu é que devia chorar porque olho tudo e não vejo nada. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Sim, o escuro, coitado. Que vida a dele, sempre afastado da luz! </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não era de sentir pena? Por exemplo, ele se entristecia de não enxergar os lindos olhos do bichano. Nem os seus mesmo ele distinguia, olhos pretos em corpo negro. Nada, nem a cauda nem o arco tenso das costas. Nada sobrava de sua anterior gateza. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E o escuro, triste, desabou em lágrimas. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Estava-se naquele desfile de queixas quando se aproximou uma grande gata. Er a mãe do gato desobediente. O gatinho Pintalgato se arredou, receoso que a mãe lhe trouxesse um castigo. Mas a mãe estava ocupada em consolar o escuro. E lhe disse: </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Pois eu dou licença a teus olhos: </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">fiquem verdes, tão verdes que amarelos. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E os olhos do escuro de amarelaram. E se viram escorrer, enxofrinhas, duas lagriminhas amarelas em fundo preto. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O escuro ainda chorava: </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Sou feio. Não há quem goste de mim. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Mentira, você é lindo. Tanto como os outros. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Então porque não figuro nem no arco-íris? </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Você figura no meu arco-íris. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Os meninos têm medo de mim. Todos têm medo do escuro. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Os meninos não sabem que o escuro só existe é dentro de nós. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Não entendo, Dona Gata. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Dentro de cada um há o seu escuro. E nesse escuro só mora quem lá inventamos. Agora me entende? </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Não estou claro, Dona Gata. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Não é você que mete medo. Somos nós que enchemos o escuro com nosso medos. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A mãe gata sorriu bondades, ronronou ternuras, esfregou carinho no corpo do escuro. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E foram carícias que ela lhe dedicou, muitas e tantas que o escuro adormeceu. Quando despertou viu que as suas costas estavam das cores todas da luz. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Metade do seu corpo brilhava, arco-iriscando. Afinal? </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O espanto ainda o abraçava quando escutou a voz da gata grande: </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Você quer ser meu filho? </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O escuro se encolheu, ataratonto. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Filho? </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas ele nem chegava a ser coisa alguma, nem sequer antecoisa. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Como posso ser seu filho se eu nem sou gato? </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- E quem lhe disse que não é? </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E o escuro sacudiu o corpo e sentiu a cauda, serpenteando o espaço. Esticou a perna e viu brilhar as unhas, disparadas como repentinas lâminas. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O Pintalgato até se arrepiou, vendo um irmão tão recente. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Mas, mãe: </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">sou irmão disso aí? </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Duvida, Pintalgatito? </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pois vou-lhe provar que sou mãe dos dois. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Olhe bem para os meus olhos e verá. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pintalgato fitou o fundo dos olhos da sua mãe, como se se debruçasse num poço escuro. De rompante, quase se derrubou, lhe surgiu como que um relâmpago atravessando a noite. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pintalgato acordou, todo estremolhado, e viu que, afinal, tudo tinha sido um sonho. Chamou pela mãe. Ela se aproximou e ele notou seus olhos, viu uma estranheza nunca antes reparada. Quando olhava o escuro, a mãe ficava com os olhos pretos. Pareciam encheram de escuro. Como se engravidassem de breu, a abarrotar de pupilas. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ante a luz, porém, seus olhos todos se amarelavam, claros e luminosos, salvo uma estreitinha fenda preta. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Então, o gatinho Pintalgato espreitou nessa fenda escura como se vislumbrasse o abismo. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Por detrás dessa fenda o que é que ele viu? </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Adivinham? </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pois ele viu um gato preto, enroscado do outro lado do mundo.</span><br />
<div align="center">*****************</div>Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-90134478706574029112010-11-02T14:15:00.000-02:002010-11-02T14:15:35.571-02:00feriadoHá quase dois dias que meu ouvido não me deixa esquecer que ele existe. E é, definitivamente, como um rio caudaloso e com correnteza. Há quase dois dias que o tempo em que estou em casa é passado na cama, com o computador ou com o violão no colo. E sempre com bichos ronronantes. <br />
O feriado dá sono. E dormir é um bom modo de esquecer esse ruído que não me abandona há dias.Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-34485431041559031842010-10-31T12:48:00.000-02:002010-10-31T12:48:44.174-02:00rascunhoFaz mais de duas horas que parece que tenho um rio dentro do ouvido... já me distraí com outras coisas, mas a água não pára de correr ruidosamente dentro da minha cabeça... esse som angustiante pra um fim de dia de suposto descanso me fez ter vontade de escrever. mas escrever assim, sem muito rumo nem receita. sem ser poema, sem ser prosa. com jeito de só uma prosa de vizinhos e chimarrão, sem comprometimento com modos prévios ou opinião alheia. tenho agora duas felinas por perto, um violão dormindo do meu lado na cama, o ruído da água do meu rio e o ruído da água que uma das gatas bebe na tigela. tenho lembrança de creme dental no céu da boca, o que me faz lembrar que pretendia logo dormir, tenho a respiração frouxa e os dentes presos por metais que fazem a cabeça doer. tenho o calor do laptop na barriga e as mãos um tanto ressecadas de limpar as flores de corte no trabalho. tenho um diálogo na lembrança. já não sei se isso é um rio ou a água do chuveiro quando uso a touca recheada de bolinhas de isopor no banho. não escrevo mais, acho que desaprendi. sempre pensei que poemas surgissem espontaneamente, como esse rio. ou chuveiro. lembrei que tenho um trabalho que me espera amanhã. amanhã é domingo, mas não qualquer domingo. tenho trabalho amanhã. quando escrevo, raramente é sobre as pessoas da minha vida. tenho algumas, poucas, pode-se dizer, pessoas da minha vida. e se não escrevo sobre, não significa que elas não sejam essenciais na vida que levo. só não sou muito sentimental. eu tive medo de me tornar piegas a vida toda. por isso não falo muito. medo de ser piegas não me ajudou a não ser piegas. acho que fui até em momentos em que não devia. e deixei de ser quando seria perdoável. fazer o quê, ainda hoje procuro caminhos pra me comunicar direito. poucas vezes consegui me comunicar o quanto gostaria, em alguns assuntos. mas essas poucas vezes foram de um valor gigantesco. meu rio é mar, é onda, é espuma. e nele flutua quase tudo que tenho, desde medo até saudade, desde pieguice até silêncio. em algum momento, eu troquei o hábito de atirar palavras pro mundo pelo hábito de engolir palavras, mandar pro estômago. elas viravam mariposas, formigas cortadeiras, todo tipo de ser ou coisa. e me devoravam, de dentro pra fora. acho que consigo ter uma criação cada vez menor de monstros na barriga. porque muitas das palavras que me envenenavam agora são expelidas, e algumas voaram pra algum outro canto do mundo. na certa esperam que meu pensamento as chame de volta. se eu conseguir continuar domesticando-o, elas podem construir casa lá longe. e eu não vou fazer nenhuma visita.<br />
Peguei no sono no meio do caminho. Agora já é o outro dia, e meu ouvido continua com intensa movimentação e ruído, e isso já tá passando do limite. Vou postar isso até aqui, talvez continue mais tarde.Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-66867397406427692282010-03-20T00:40:00.004-03:002010-03-20T01:01:42.847-03:00Março, 20, 01:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgynKVMqEy_I8NqmneaAZYHI19PV7lv75bpsHeeDqFA44HNFcWRHgYqSVNTxKXNOsrSu76XZR3_Ie4srj-gdki6rKyRGqnwOxJLu1xLCYW49UakgYcDKjfQdNNgj8M0Ilf6Yqyr/s1600-h/Breathing_clouds_by_Ataisa.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 241px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgynKVMqEy_I8NqmneaAZYHI19PV7lv75bpsHeeDqFA44HNFcWRHgYqSVNTxKXNOsrSu76XZR3_Ie4srj-gdki6rKyRGqnwOxJLu1xLCYW49UakgYcDKjfQdNNgj8M0Ilf6Yqyr/s320/Breathing_clouds_by_Ataisa.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5450561233994955634" /></a><br /><br />Inspirando nuvens,<br />Expirando chuva,<br />Transpirando neve.<br />Com as ideias e as mãos quase vazias.<br />Só restam uns poucos grãos<br />Do que um dia eu quis ser<br />São grãos de uma especiaria cujo perfume e sabor<br />não abandonam meu olfato e paladar.<br />Não sei como se chama,<br />mas não desaparece assim tão fácilmente.<br /><br />Tenho tentado escrever<br />contos, crónicas, novelas<br />especialmente músicas.<br />Musicar poemas velhos,<br />expurgos, palavras brotadas, vomitadas, perdidas<br />dedicadas<br />delicadas e grosseiras.<br />E velhas,<br />mas minhas, <br />saídas dos sótãos e porões<br />e pés de escada.<br />Odradeks idosos.<br />Insistentes e incovenientes.<br /><br />As vezes eu penso que seria melhor não ter passado<br />Ser eu, hoje, só<br />Só de pensar nas tantas coisas que iniciei e não segui adiante, <br />da vontade de não ter sido coisa nenhuma<br />assim não teria tantas "se eu fosse"<br />Assim haveria ignorância, mas sossego.Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-86189507239866098312010-02-16T23:59:00.004-02:002010-02-17T00:20:04.407-02:00...Às vezes, as coisas não são bem como a gente quer. Às vezes, tudo acontece de um jeito diferente daquele que a gente gostaria. E, o que deveria nos fazer bem, faz um mal tremendo. Mas, nem por isso nos é permitido desistir ou deixar de lado por um tempo. Férias nem sempre são opcionais. <br />*************<br />Eu estou realmente precisando de férias.Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-5984567234847973222010-01-23T01:21:00.002-02:002010-01-23T01:24:43.169-02:00***Tinha tanto medo de solidão<br />que nem espantava as moscas<br /><br />(Mia Couto)<br /><br />(Isso nao é meu, mas eu queria que fosse)Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-90712785685905516972009-12-31T21:57:00.005-02:002010-01-01T13:31:01.076-02:00Oração para um novo anoQue o ano que se inicia seja infinitamente melhor que este que termina. E que essa mudança não seja promovida pelos deuses, ou pelos astros, mas por cada um de nós.<br />Que nós possamos seguir em frente sem permanecer acorrentados a erros passados.<br />Que nosso amor próprio não seja tão pequeno a ponto de permitir que nos esqueçamos de nós mesmos. Mas, que não seja tão inflado a ponto de não nos permitir o aprendizado com nosso sofrimento.<br />Que o encantamento infantil não abandone nosso olhar - se não houver mais tempo, então, que retorne ao nosso coração.<br />Que sejamos capazes de perdoar, acolher, orientar e compreender.<br />Que percebamos em cada ser vivo a essência divina existente em tudo e em todos.<br />Que fiquemos gratos e surpresos a cada despertar, por cada novo dia, pouco importando se esse é de calor, gelado ou chuvoso.<br />Que não nos esqueçamos um dia sequer de quem somos, e de que somos pequenos.<br />Que façamos nosso trabalho como um artista: com paixão e criatividade.<br />Que a cada dia possamos demonstrar, àqueles que são importantes, o quanto o são.<br />Que mantenhamos a consciência do quanto precisamos caminhar e crescer, constantemente.<br />Que nossos olhos não enganem nosso coração, e que nosso coração mantenha-se corajoso e terno.<br />Que nos entreguemos a nossos amores e a nossas tarefas sem medo e com verdade, sem perder a clareza e a serenidade.<br />Que consigamos enxergar a beleza das pequenas coisas - e também das não tão pequenas - e de todas as pessoas, independente do que nossa visão encontrar.<br />E, enfim, que cheguemos a outros novos inícios com mais força, mais amor, mais consciência, mais liberdade das grades que aprisionam nossa essência.Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-30588023450787926432009-12-14T04:12:00.003-02:002009-12-14T04:17:52.982-02:00fugasEu quero dizer, não sei o que<br />Tem coisas demais aqui querendo sair, são tantas que uma impede a outra de passar pela porta<br />Desorganizadas, essas coisas todas não saem<br />e ficam, presas, fugindo aos poucos pelas janelas<br />e delas não sobra nem vestígio<br />nem uma mancha na parede de um dedo sujo de tinta<br />pra se reconhecer uma impressão digital<br />nem uma sombra ou um rastro de terra seca solta da sola do sapato<br />nem um cheiro<br />nada.<br />Por isso que quero dizer tanta coisa<br />e digo muitos silêncios.Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-36497642517845516412009-12-14T04:00:00.003-02:002009-12-14T04:10:09.169-02:00EsquecimentoEu já vivi em um mundo que me esqueceu. Se não, quero que esqueça.<br />No mundo em que eu vivi, as pessoas são só brinquedos que perdem a graça em poucos dias, ou horas, e em seguida são deixadas de lado e esquecidas. Ainda bem. Prefiro desaparecer desse mundo e ser como se não tivesse havido.<br />Minha cor e meu olhar desapareceram.<br />Meus movimentos desapareceram.<br />Até minha voz tornou-se nem memória.<br />O mundo que me esqueceu não mais é pra lembrar de mim. Melhor que me esqueça, embora eu não consiga esquece-lo.<br />Não há mundo descartavel e inesquecivel como aquele mundo em que vivi.<br />Vivi pouco nesse mundo, mas o bastante pra querer ser esquecida, apesar dele permanecer sempre lembrado.<br />Que o mundo em que eu vivi me esqueça. Que não me reconheça. Que não tome conhecimento de mim.<br />Só, do mundo em que eu vivi, quero só que a arte não me abandone, nem me esqueça, nem me deixe de lado, nem escape da minha memória.<br />A cor, o olhar, o movimento, a voz, a palavra que a arte me deu não podem esquecer de mim.Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-37501466756178786512009-10-24T21:59:00.002-02:002009-10-24T22:11:20.339-02:00Muito por fazerTenho ainda muitos tijolos a empilhar,<br />incontáveis passos pra andar,<br />extensos caminhos a percorrer.<br />Tenho ainda muitos muros a derrubar,<br />inimagináveis vôos,<br />Inúmeros trajetos.<br />Tenho ainda montes de eus pra descobrir,<br />todos pra vencer,<br />Milhares de bons pedaços de mim,<br />Atrapalhados,<br />Desequilibrados,<br />Desrespeitados,<br />Em algum lugar.Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-270660323615679452009-09-25T00:01:00.003-03:002009-09-25T00:19:10.225-03:00PulsoOs dedos são dez<br />nas mãos<br />mais dez nos pés.<br />Dois pés, dois joelhos, dois ouvidos.<br />Dois metros quadrados de pele,<br />cinco milhões de pelos.<br />Noventa e sete mil<br />quilômetros de veias<br />artérias, vasos.<br />Uma boca, trinta e dois dentes.<br />E fome.<br />Dois olhos, milhões de lágrimas.<br />Um coração,<br />cento e dez mil batidas<br />em vinte e quatro horas.<br />Ou mais.<br />Centenas de constelações.<br />Ou milhares<br />de sardas.<br />Dezessete mil litros de ar<br />em um dia.<br />E ainda assim<br />tanto de falta de fôlego.Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-28229774118094283822009-09-08T13:20:00.002-03:002009-09-08T13:26:53.147-03:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7XuaTuxZh8uQWGBmZBh-H7LSr1xox4FFlSSXkcAcTKQCSvI59vXHVBEXbmxyhgA3iNV0Sz8Q6U6X1ceLowXi6Sz4laE2ehyhyO1TroN56Bfo6mkfODLyEoutJqsKZuJ2oo3LO/s1600-h/6ab6e033c7d73cd6.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 231px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7XuaTuxZh8uQWGBmZBh-H7LSr1xox4FFlSSXkcAcTKQCSvI59vXHVBEXbmxyhgA3iNV0Sz8Q6U6X1ceLowXi6Sz4laE2ehyhyO1TroN56Bfo6mkfODLyEoutJqsKZuJ2oo3LO/s320/6ab6e033c7d73cd6.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5379133685442683298" border="0" /></a><br />Será que vai ser assim pra sempre?Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-42398398329725129512009-08-26T00:42:00.001-03:002009-08-26T00:43:36.062-03:00Terrinha<object width="480" height="392"><param value="http://video.globo.com/Portal/videos/cda/player/player.swf" name="movie"><param value="high" name="quality"><param value="midiaId=1108907&autoStart=false&width=480&height=392" name="FlashVars"><embed width="480" height="392" flashvars="midiaId=1108907&autoStart=false&width=480&height=392" type="application/x-shockwave-flash" quality="high" src="http://video.globo.com/Portal/videos/cda/player/player.swf"></embed></object><br /><br />Um pouco de Ametista do Sul, pra quem não conhece.Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-79753299007050519102009-07-18T01:55:00.002-03:002009-07-18T02:03:20.729-03:00Impressão do agoraUma felina no alto<br />Outra macia no macio da cama<br />Respiração e bocejo<br />Olhos cansados e<br />diminuídos pela claridade<br />Sono com vontade de ficar<br />aqui<br />Conversa<br />pausada<br />Frio<br />Rinite alérgica lenço de papel<br />Bagunça de leve<br />em redor<br />uma cama desarrumada<br />esperando...Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-54443939439709049112009-04-20T12:15:00.003-03:002009-04-20T12:22:05.638-03:00Pra ver<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/2_HXUhShhmY&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/2_HXUhShhmY&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br /><p>Sun been down for days<br />A pretty flower in a vase<br />A slipper by the fireplace<br />A cello lying in its case<br /><br />Soon she's down the stairs<br />Her morning elegance she wears<br />The sound of water makes her dream<br />Awoken by a cloud of steam<br />She pours a daydream in a cup<br />A spoon of sugar sweetens up<br /><br />And she fights for her life<br />as she puts on her coat<br />And she fights for her life on the train<br />She looks at the rain<br />as it pours<br />And she fights for her life<br />as she goes in a store<br />with a thought she has caught<br />by a thread<br />she pays for the bread<br />and she goesÂ…<br />Nobody knows<br /><br />Sun been down for days<br />A winter melody she plays<br />The thunder makes her contemplate<br />She hears a noise behind the gate<br />Perhaps a letter with a dove<br />Perhaps a stranger she could love<br /><br />And she fights for her life<br />as she puts on her coat<br />And she fights for her life on the train<br />She looks at the rain<br />as it pours<br />And she fights for her life<br />as she goes in a store<br />with a thought she has caught<br />by a thread<br />she pays for the bread<br />and she goesÂ…<br />Nobody knows<br /><br />And she fights for her life<br />as she puts on her coat<br />And she fights for her life on the train<br />She looks at the rain<br />as it pours<br />And she fights for her life<br />as she goes in a store<br />where the people are pleasantly<br />strange<br />and counting the<br />change<br />as she goes…<br />Nobody knows<br /> </p>Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37659009.post-5736780053825490782009-02-07T00:26:00.001-02:002009-02-07T00:30:02.580-02:00Quero deixar meu coração no fundo de um rio.<br />De um rio bem fundo.<br />Esquecê-lo afundado, indefinidamente...<br />Até que os peixes, vigorosamente,<br />o devorem.Ataisa Antoniahttp://www.blogger.com/profile/00257088869910988061noreply@blogger.com0